Condomínios de Santos terão auxílio com o lixo

ONG Concidadania oferecerá apoio a 700 edifícios para separação dos detritos orgânicos e recicláveis

Pouco mais de três meses depois de a Prefeitura implantar a lei que obriga o santista a separar lixo orgânico do lixo reciclável, sob risco de intimação e multa, Santos deverá ter, a partir do dia 1º de novembro, um projeto para dar apoio a 700 edifícios nos sete bairros da orla, o Condomínio Sustentável.

Realizado pela ONG Concidadania, com financiamento pelo Fundo Municipal de Preservação e Recuperação do Meio Ambiente (FMPRMA), o projeto tem o objetivo de apresentar os princípios gerais da Lei Complementar 952, que impôs a separação do lixo e um novo calendário para a coleta do material que pode ser reciclado.

“A proposta é realizar consultorias, identificar melhorias que podem ser implementadas, orientar sobre a separação correta dos resíduos domiciliares secos e úmidos, além de disseminar informações sobre educação ambiental, eficiência energética e economia de água”, explica Renato Prado, coordenador do projeto.

O Condomínio Sustentável deverá ser oficialmente apresentado no próximo dia 1º, durante a próxima reunião do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema).

Ele foi criado para vigorar até agosto de 2018, com atuação do José Menino à Ponta da Praia. Prado afirma que moradores e trabalhadores que atuam nos condomínios serão orientados.

“Conscientizar a sociedade é partir do princípio de que todos os recursos são finitos, e isso requer cuidados desde já. Trata-se de uma iniciativa que além de atuar diretamente em prol das condições da cidade, busca incentivar a população, por meio da educação ambiental”, afirma o coordenador.

Paralelamente ao trabalho realizado nos bairros da orla, o Condomínio Sustentável vai oferecer programas de educação ambiental gratuitos, com a criação de um calendário de palestras e eventos na Estação Cidadania, sede da ONG.

Bom exemplo

Preocupado com as multas que a nova lei santista de separação do lixo impõe, o síndico do edifício Jardim Itaúba, no Gonzaga, criou um esquema específico de identificação dos 97 apartamentos do prédio.

Desde o início de outubro, o administrador Luís Francisco de Oliveira Santos trocou os sacos plásticos que são usados por lá.

Agora, todos os apartamentos têm sacos personalizados, na cor azul clara, com identificação do número do apartamento. “Se eu não identificar o apartamento, não tem como cobrar a mudança da postura”, argumenta o síndico.

“Já tivemos casos de fralda descartável no saco do lixo reciclável. O saco voltou para que a pessoa fizesse a separação correta”, explica Oliveira. No edifício, um funcionário, que já fazia a coleta dos resíduos úmidos, faz a conferência dos sacos. Caso encontre problema, deve retornar o saco para o apartamento que gerou o lixo.

“A ideia é simples, demoramos um pouco para desenvolver porque tinha de pensar numa solução para não haver punição ao condomínio. Acredito que 95% estão fazendo a separação corretamente”, diz

Devolução

“Já tivemos casos de fralda descartável no saco do lixo reciclável. O saco voltou para que a pessoa fizesse a separação correta”, conta Luís Francisco de Oliveira Santos, Síndico do Edifício Jardim Itaúba

Multa

Quem misturar recicláveis com orgânicos, desobedecendo à nova Lei Complementar 952, pode pagar: de R$ 50,00 a R$ 500,00, no caso de pessoa física; de R$ 501,00 a R$ 2,5 mil, quando se tratar de pequeno gerador doméstico; de R$ 2.501 a R$ 5 mil, quando pequeno gerador comercial; de R$ de 5.001 a R$ 10 mil, se pequeno gerador doméstico; de R$ 10.001 a R$ 50 mil: se grande gerador comercial.