Problemas em condomínio

Moradores residencial Vila Garcia enfrentam problemas em prédios

Pisos e azulejos danificados, falha do sistema de galerias para drenagem de água, infiltrações, paredes emboloradas e forros soltos estão entre os problemas elencados por moradores do residencial Vila Garcia 2, em Votorantim. Os apartamentos foram entregues em novembro de 2014 por meio do programa municipal de desfavelamento e desde a mudança das 160 famílias para o empreendimento, diversas falhas estruturais surgiram.

Segundo Luís Carlos Lara, 45 anos, síndico do residencial, quase todos os apartamentos apresentam problemas de infiltração e o que seria o salão de festas do condomínio está interditado para segurança das crianças, pois o forro de gesso desabou. Lara lembra que a situação é antiga e que em janeiro de 2015, menos de dois meses após a entrega do residencial, o forro já havia ido ao chão. Disse que a construtora, "depois de muito custo", veio e fez um serviço que "na chuva seguinte fez o teto ceder de novo". O empreendimento foi realizado pela construtora JRA, que foi procurada ontem pelo Cruzeiro do Sul via telefone, mas nenhuma das ligações foi atendida.

O síndico conta que quase que diariamente os moradores registram reclamações relacionadas, principalmente, a infiltrações e rachaduras, e que há mais de dois meses nenhum representante da construtora vai ao residencial. Ele relata que as pessoas já procuraram a Secretaria de Cidadania e Geração de Renda (Seci) de Votorantim, que orientou a procurarem a Caixa Econômica Federal. Essa, por sua vez, segundo Lara, encaminha a demanda para a JRA. "Fica um empurra-empurra e ninguém resolve nosso problema. Está perigoso e nós temos a garantia dos imóveis."

Questionada, a Seci de Votorantim informou "que cabe à Prefeitura o trabalho técnico-social com os empreendimentos, ou seja, fornecer orientação aos munícipes sobre programas sociais, trabalhos sociais com as famílias e convivência social e comunitária". Sobre os problemas e estrutura, segundo a pasta, o munícipe é orientado a entrar em contato com a Caixa Econômica Federal -- agente financeiro do empreendimento -- que deve receber a reclamação e encaminhar para os responsáveis.

Já a instituição financeira, ao ser procurada, informou que tem canal exclusivo de comunicação com os clientes do Programa Minha Casa, Minha Vida. "Quando as reclamações que se referem a vícios construtivos e qualidade da obra, a Caixa aciona a construtora da obra ou responsável técnico para realização dos reparos necessários em prazo pré-definido", informou por meio de nota. Especificamente em relação ao residencial Vila Garcia 2, o banco afirmou que "todas as demandas recebidas estão em tratamento".

Além de danos nos apartamentos, Lara conta que há falha no sistema de galerias para drenagem de água e quando chove muitos fios com eletricidade ficam submersos, colocando em risco todos os moradores. O playground do condomínio, conta o síndico, ainda não foi feito pela construtora. No local também há um espaço que deveria ser uma quadra poliesportiva, mas as traves estão enferrujadas e caídas no chão.

Reclamações

A revendedora de cosméticos Sandra Franco de Oliveira, 42 anos, conta que seu apartamento está tomado por infiltrações. As paredes de dois quartos do imóvel estão emboloradas, o que a deixa receosa por conta de possíveis problemas de saúde que podem acometer a família. "Eles tiraram a gente do desfavelamento, mas nos colocaram em uma situação tão ruim quanto aquela, pois estamos com a saúde e segurança ameaçadas", reclama.

No apartamento de Erinalva Caldas Guimarães, 49 anos, e Domingos Nascimento Santana, 55 anos, também há infiltrações que soltaram azulejos da cozinha. "A gente sempre reclama, mas ninguém faz nada para resolver o problema", afirma Erinalva, que trabalha como vendedora ambulante. O imóvel ocupado por Elisa da Silva Nazaré, 50 anos, quase não tem mais revestimento nas paredes por conta de rachaduras que apareceram ao longo dos quase três anos. "Minha filha estava com o bebê no colo, aqui na cozinha, e um azulejo caiu e pegou no ombro dela. Por pouco não machucou a criança", relembra.