Roubo ocorreu em um residencial, em Presidente Prudente. Abordagem aos criminosos foi feita na Rodovia Júlio Budiski (SP-501), em Álvares Machado
Um homem de 29 anos morreu baleado após realizar um assalto a uma casa em um condomínio de luxo e entrar em luta corporal com um policial militar, no km 12,2 da Rodovia Júlio Budiski (SP-501), em Álvares Machado, na noite desta terça-feira (22). De acordo com o delegado da Polícia Civil, Luiz Carlos de Oliveira, depois de efetuar o roubo em Presidente Prudente, o bandido e mais um comparsa foram surpreendidos por dois integrantes do setor de inteligência da Polícia Militar, que estavam na rodovia averiguando a procedência de uma motocicleta.
Conforme o delegado, o veículo foi deixado no local pelos bandidos, enquanto cometiam o crime, e, ao retornarem, um deles ameaçou os policiais e entrou em luta corporal com um militar. O outro policial efetuou disparos para proteger o companheiro e acertou o assaltante, segundo informações contidas no Boletim de Ocorrência.
O caso foi registrado na Delegacia de Álvares Machado.
Nota oficial
Em nota oficial, a Polícia Militar informou que a corporação foi acionada por volta das 21h50 desta terça-feira (22) “para verificar uma motocicleta que estava abandonada às margens da Rodovia Júlio Budiski, em Álvares Machado”.
“No local, os policiais depararam-se com dois indivíduos e um deles que estava armado com uma pistola semiautomática, calibre .380, entrou em luta corporal com um dos policiais, sendo atingido por disparos de arma de fogo e faleceu no local”, relatou a PM.
Segundo a nota da corporação, após o ocorrido, os policiais verificaram que se tratava de um roubo a uma residência, em um condômino fechado, onde o morador foi mantido refém e os criminosos estavam fugindo com R$ 27 mil que acabaram recuperados e estavam em poder do indivíduo alvejado pelos tiros.
Ainda de acordo com a PM, o outro envolvido fugiu do local e a polícia segue com as investigações para sua identificação e localização.
Por fim, a nota oficial ressaltou que tanto a Polícia Civil como a Polícia Militar instauraram inquéritos para a apuração dos fatos.
O assalto
Conforme o delegado, a vítima do assalto, um homem de 30 anos, saía com sua namorada de uma quadra de tênis, localizada na Rodovia Júlio Budiski, em Álvares Machado, quando foi rendida por dois indivíduos armados. Os bandidos obrigaram as vítimas a entrarem no próprio veículo e as conduziram até sua casa, localizada em um condomínio de luxo, em Presidente Prudente.
“No condomínio, os ladrões também renderam a mãe e o irmão da vítima e pegaram o que interessava para eles. Eles deixaram os parentes amarrados na residência e fizeram o motorista do veículo levá-los até onde haviam abandonado a motocicleta na rodovia”, explicou Oliveira.
Na rodovia, dois policiais militares, com o uso de uma viatura descaracterizada, haviam parado no trecho para averiguar uma motocicleta que estaria abandonada e, enquanto aguardavam informações de pesquisas solicitadas junto ao Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), surgiram os dois bandidos, sendo que um deles estava armado com uma arma de fogo. Este ladrão correu em direção a um dos militares e disse: “Perdeu, morreu, vou te matar”, segundo a ocorrência.
O policial chegou a sacar a arma, se identificou como PM e determinou que o indivíduo parasse e entregasse a arma, porém, ele não obedeceu, e ambos entraram em luta corporal, sendo que o militar tentava desarmar o ladrão, conforme o boletim.
No mesmo instante, o outro policial rendeu o segundo criminoso e, ao perceber que ele não aparentava portar arma de fogo, foi auxiliar seu companheiro de trabalho ordenando que o bandido se rendesse, mas ele resistia em se entregar e dizia a todo momento: “Perdeu, vou te matar”, segundo o documento policial.
“Assim, o policial vendo que seu colega estava em risco de morte, acabou agindo e efetuou disparos contra aquele indivíduo, que só foi desarmado quando caiu ao solo. Devido a tais circunstâncias, o comparsa aproveitou-se da ocasião e empreendeu fuga”, de acordo com o Boletim de Ocorrência.
Os policiais acionaram o Resgate do Corpo de Bombeiros, porém, quando a equipe chegou ao local, constatou o óbito do homem atingido pelos tiros.
“A dupla de policiais desconhecia o crime do roubo. Eles estavam na rodovia averiguando a situação da motocicleta. Quando a situação se acalmou e que foram verificar do que realmente se tratava é que chegou a notícia do roubo. Até mesmo porque havia uma bolsa com dinheiro, jóia, relógio e outros objetos que os bandidos haviam subtraído”, explicou o delegado Luiz Carlos de Oliveira.
O bandido atingido pelos tiros portava uma pistola de calibre 380 municiada e também um carregador sobressalente com nove cartuchos.
Conforme o registro policial, preliminarmente, o ladrão foi atingido por três tiros. As armas dos policiais e do bandido foram apreendidas para a realização de perícia, com o objetivo de constatar disparos recentes.
A Polícia Científica compareceu à residência assaltada e também ao local na rodovia onde o homem foi alvejado pelo militar, segundo a ocorrência. Foi requisitado exame necroscópico para o assaltante morto.
O BO cita ainda que requisitou-se exame residuográfico para os dois policiais militares e também para o assaltante morto. O militar que entrou em luta corporal com o bandido sofreu ferimento, razão pela qual foi expedida requisição para constatação de lesão corporal.
A vítima do roubo no condomínio reconheceu o assaltante e as mercadorias subtraídas de sua casa, que lhe foram devolvidas.
Investigação
Conforme o delegado, um inquérito policial vai investigar o caso, para que, com o auxílio das provas que já existem, o crime possa ser solucionado totalmente. “Será verificado se existem câmeras no condomínio, que possam ter registrado o crime, e, assim, ser possível identificar o segundo bandido”, explicou Oliveira.
O representante da Polícia Civil ainda informou que o homem morto já era conhecido do meio policial e tinha passagens por roubos e um latrocínio.
Conforme consta no Boletim de Ocorrência, “diante das circunstâncias do caso e o que foi apurado até o momento, a Polícia Civil entendeu que os dois militares agiram em legítima defesa”.
A ocorrência foi registrada como roubo, homicídio simples decorrente de oposição à intervenção policial, resistência e legítima defesa.