Venda de imóvel novo no Rio sobe 15%
As vendas de imóveis novos na cidade do Rio de Janeiro subiram 15% no primeiro semestre, na comparação com janeiro a junho de 2016. No entanto, a situação está melhor para quem compra do que para quem vende: houve um recuo de aproximadamente 25% no preço das unidades, segundo estimativas com base em dados preliminares de mercados pela Ademi-RJ, associação que reúne as empresas de construção.
O tombo no valor dos imóveis usados à venda na cidade foi registrado pelo Sindicato da Habitação do Rio (Secovi-Rio), seguindo movimento que já acontecera no preço das unidades para locação. De janeiro a julho, o preço médio do metro quadrado dos imóveis para venda recuou 5,25%, para R$ 9.331/m². Enquanto nos sete primeiros meses de 2016 houve alta de 3,20%, batendo R$ 9.775/m².
— O movimento começou no aluguel, que hoje tem o preço médio do metro quadrado equivalente ao de 2012. Em imóveis para venda, a queda no preço foi pior este ano em consequência a um forte aumento na oferta — destaca Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi-Rio.
Ele explica que houve proprietários que adiaram a venda de seus imóveis em razão da crise, temendo perder dinheiro na transação. Como a adversidade no cenário econômico persiste, muitas pessoas decidiram colocar agora os imóveis no mercado.
— Isso fez a oferta subir, afetando o preço negativamente, de forma geral. Ainda assim, já vemos o valor do metro quadrado começar a subir em bairros como Centro, Botafogo, Lagoa e Vila Isabel — pontua Schneider.
À exceção de Bangu, na Zona Oeste, onde o preço avançou 2,21% de janeiro a julho, puxado pelo mercado de imóveis para baixa renda — o menos afetado pela crise e que segue em expansão —, é a relação entre custo e benefício combinada à demanda resiliente que está elevando o preço nos demais bairros. As altas são ainda tímidas: 0,19% no valor do metro quadrado para venda em Botafogo; 0,25% na Lagoa; 0,40% em Vila Isabel e 0,50% no Centro.
— O preço deve cair mais, mas pode ser a chave para fazer a roda voltar a girar, criar oportunidades de negociação e atrair o comprador. Ainda não chegamos à inflexão da curva para preço do imóvel, a incerteza persiste — avalia o vice-presidente do Secovi Rio.