Reformas e melhorias das áreas comuns garantem a valorização dos apartamentos
Modernizar é a palavra-chave para enfrentar a desvalorização dos imóveis. Aproveitar espaços até então em desuso, renovar e atualizar ambientes obsoletos é uma das grandes apostas dos condomínios mais antigos. Melhorias nas áreas comuns são capazes de garantir a qualidade de vida para os condôminos, mas principalmente melhorar o valor dos apartamentos. Porém, para isso é preciso investir. Na Grande Florianópolis, alguns condomínios já aderiram a essa prática e hoje colhem os bons resultados das requalificações dos espaços.
O corretor de imóveis e diretor-secretário do Sindicato dos Corretores de Imóveis de Santa Catarina, João Pinho, afirma que áreas comuns modernas, atrativas e usuais são realmente um diferencial na hora da aquisição do imóvel. “As pessoas buscam conforto e comodidade em primeiro plano. Mas, isso também precisa estar aliado a espaços bem projetados e bonitos”, avalia. Segundo estatísticas do próprio corretor, em média a cada cinco pessoas que buscam um imóvel, duas questionam sobre a existência de áreas comuns e pedem mais informações sobre elas.
Para isso, proprietários e administração do condomínio precisam estar atualizados e dispostos a apostar em melhorias nos espaços. “É fundamental que se tenha esse entendimento, principalmente nos prédios mais antigos. Não há como garantir um valor venal bom se o condomínio parou no tempo. Mesmo nas edificações mais recentes é preciso lembrar que os prédios precisam atender às necessidades das pessoas oportunizando espaços de lazer, interatividade e bem-estar”, considera.
Segundo ele, a construção de áreas de lazer ou reformas dos espaços já existentes acresce em no mínimo 10% do valor venal dos imóveis. “Mesmo que seja só uma remodelagem do hall para torná-lo mais confortável e bonito ou um projeto para ocupar espaços ociosos. Tudo agrega. E, obviamente, quanto mais o condomínio oferece, mais qualidade de vida ele proporciona aos seus usuários e maior o valor incutido nisso”, assegura.
Investimento
Atentos às necessidades dos moradores e à modernização dos espaços, a administração do condomínio Rembrandt, localizado no centro de Florianópolis, apostou na remodelagem dos ambientes já existentes. No prédio com cerca de 30 anos foram feitas melhorias no salão de festas e no hall de entrada. “Quando assumi como síndico a gente já sentia necessidade, mas não tínhamos nenhuma ideia do que seria feito. Então, depois de algumas assembleias optamos por recorrer a uma empresa de arquitetura para verificar quais as melhores alternativas”, lembra o síndico Afonso Buss.
Segundo ele, o investimento a fim de modernizar o prédio foi um consenso entre os proprietários. Buss revela que entre as perspectivas do investimento estava o retorno que isso poderia gerar em valorização das unidades. “Fizemos um cálculo de mercado e nossa expectativa é de um acréscimo variável entre 20% e 30% de valorização do imóvel”, informa.
Porém, além da valorização, ele frisa que foi a transparência com a qual o processo foi conduzido que garantiu a boa aceitação entre os condôminos. “Levamos as propostas, analisamos juntos, estudamos o retorno que isso poderia trazer ao prédio, estipulamos alternativas de pagamento – algumas com descontos, e conseguimos conquistar a confiança das pessoas. Tudo foi feito com muita clareza e certamente foi um dos pontos decisivos na hora de aprovar a reforma”, atribui.
O arquiteto responsável pela obra, Thiago Patrício, explica que foram feitas alterações na disposição dos ambientes como integração da cozinha à área das mesas, além da criação de espaços como a área de estar e área da churrasqueira. “Substituímos integralmente toda a marcenaria, mobiliário, pisos, revestimentos de parede e objetos decorativos a fim de modernizar o salão raramente utilizado devido à sua atmosfera pouco convidativa”, avalia o profissional.
A cozinha ganhou mobiliário novo, pisos, revestimentos de parede e objetos decorativos
Patrício ainda observa que melhorias são tendências do mercado imobiliário e fazem parte dos novos formatos de moradia. “O mercado imobiliário tem investido fortemente nas áreas de lazer dos edifícios. Logo, os prédios mais antigos precisam modernizar as suas áreas comuns para estarem à altura dos novos empreendimentos”, ressalta.