Zoonoses orienta para eliminação de caramujos africanos
O caramujo africano é uma praga exótica, que entrou no Brasil para ser uma opção mais rentável de substituição ao escargot. Como não deu certo na culinária, os criadores soltaram na natureza os moluscos, introduzidos no país na década de 80. Eles se proliferaram e trazem prejuízos aos animais nativos e podem transmitir doenças. Um problema de saúde pública que prefeituras e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tentam exterminar, mas para isso dependem da ajuda da população.
O período de chuvas prolongado favorece o surgimento de uma praga que já é velha conhecida dos moradores de Florianópolis: o caramujo africano gigante. O Centro de Controle de Zoonoses da Capital vem recebendo reclamações de moradores e orienta sobre as formas de extinguir os moluscos terrestres.
Embora não seja venenoso, o molusco é hospedeiro intermediário de duas espécies deparasitas que podem causar infecções abdominal ou meningoencefálica. Por isso, o cuidado no manejo e eliminação dos caramujos deve ser redobrado. Em caso de contato com os caramujos africanos, basta lavar bem a área com água e sabão.
Orientações
Os melhores horários para a coleta dos moluscos são pela manhã ou no fim da tarde. Deve-se fazer o manejo com as mãos protegidas por luvas ou sacos plásticos. Antes de jogar os caramujos no lixo comum, é preciso matá-los e desinfetá-los. Para isso, deve-se diluir uma colher de sopa de água sanitária em um balde com um litro de água.
Os caramujos devem ser colocados em um saco plástico com furos e fechado na extremidade com um nó e imersos no balde por 24 horas. Após isso, escorrer a água na rede de esgoto sanitário e jogar os caramujos no lixo em outra sacola fechada.
Para queimar e macerar as conchas, deve-se colocá-las em um recipiente de metal ou de barro e atear fogo, com cuidado, para evitar acidentes.
Após isso, quebrar as conchas e enterrá-las no solo para que não virem criadouro de mosquitos transmissores de outras doenças, como dengue, zika e chikungunya.
Indústria química já oferece molusquicida
Se a praga aparecer no terreno do condomínio e o síndico não quiser incinerar o caramujo para evitar acidentes, a industria química já oferece um molusquicida para exterminar a praga. Porém, o material só pode ser manuseado por empresa especializada. De acordo com o presidente da Associação dos Controladores de Pragas de Santa Catarina (Acprag), Ricardo Richter, o produto é uma isca que o caramujo consome e ocasiona a morte.
Richter observa que o procedimento deve ser bem inspecionado para não serem colocadas iscas demais e acabar eliminando moluscos e insetos nativos. Nos condomínios que tem animais é preciso tomar cuidado com na hora da aplicação. “É um produto com substância amargante para evitar que pessoas ingiram, mas é novo no mercado. Se um cachorro ou gato comer pode causar problema de saúde”, comenta.
O sal não deve ser usado na eliminação dos caramujos africanos, pois não é capaz de matar seus ovos e causa salinização do solo, prejudicando plantas e gramados. Produtos químicos também não devem ser utilizados porque podem causar intoxicação humana ou de outros animais.
Centro de Controle de Zoonoses de Florianópolis pode ser contatado pelo telefone 48 3338-9004. Caso haja dúvidas busque o Centro de Controle de Zoonoses da sua cidade.