Animal da espécie Sagui foi encontrado em área verde próximo a condomínio na zona sul e Vigilância Sanitária apura as causas do óbito Marcus Liborio
A Vigilância Sanitária de Bauru apura as causas da morte de um macaco da espécie Sagui, encontrado em área verde próximo a um condomínio residencial localizado na zona sul da cidade, na quarta. O fato acende alerta sobre os riscos de febre amarela.
Acionada por um morador do local, equipe da Vigilância recolheu o animal e o encaminhou para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, onde serão realizados testes de identificação viral (vírus febre amarela). Diretor do Departamento de Saúde Coletiva de Bauru, Mário Ramos estima que o resultado das análises fique pronto em 15 ou 20 dias.
Embora ainda não se saiba as causas do óbito, Ramos alerta para que os moradores, principalmente os que vivem próximos de áreas com mata, procurem as unidade de saúde do município para receberem a vacina contra a febre amarela. Em Bauru, contudo, não há nenhum caso confirmado da doença até o momento.
Em 2016, 11.415 pessoas foram vacinadas contra o vírus na cidade. Somente neste ano, 23.045 doses já foram disponibilizadas, mais que o dobro comparado com o ano anterior inteiro. "Solicitamos mais doses da vacina e fizemos diversas ações preventivas, como mutirão em toda zona rural de Bauru", justifica Ramos.
Na região, somente um caso de febre amarela silvestre foi confirmado neste ano, em Santa Cruz do Rio Pardo, conforme o JC divulgou.
CUIDADOS
Ramos diz que não há motivos para pânico. Porém, segundo ele, a morte do macaco inspira cuidados e ações de prevenção. "Quando uma quantidade anormal de animais começa a morrer, algo de errado está acontecendo. Pode ser zoonoses (doenças transmissíveis ao ser humano) ou somente causas naturais".
Por isso, o diretor reforça que o poder público tem adotado medidas de bloqueio, mais precisamente a intensificação da vacinação da população. "Além da imunização, é importante também não tentar domesticar esses animais, não alimentá-los e, de forma alguma, matá-los, pois isso prejudica todo o ’efeito sentinela’ que a Saúde busca manter".
Segundo orienta Ramos, ao se deparar com um macaco morto, deve-se entrar em contato imediatamente com o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Bauru, já que o animal precisa ser encaminhado para exames em até 12 horas após o óbito.
’Nada anormal’
Diretor do Zoológico de Bauru, Luiz Pires explica que o sagui é uma espécie do Nordeste introduzida na região de Bauru. “Existem muitos por aqui, então não é nada anormal encontrar algum morto”. Pires observa, entretanto, que com a questão da febre amarela, a medida de coleta e os testes de identificação virão são importantes. “Vivemos em uma região de ocorrência do vírus em seu estado silvestre. A vacina é gratuita, disponível o ano todo, então basta se prevenir”. Vale destacar que é o mosquito quem transmite a doença, e não o macaco.