Entrega de unidade

Atraso na entrega de condomínio dificulta orçamento dos contemplados

 

Conquistar a casa própria é um sonho alimentado por milhares de brasileiros. Entre eles, a diarista Roselania da Conceição Pereira, de 28 anos. Desde 2007, ela está inscrita no programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ e foi contemplada em setembro do ano passado com um dos 300 apartamentos do Condomínio Manacá, na Porteira Preta, em Mogi das Cruzes.

Entretanto, na época o então prefeito Marco Bertaiolli (PSD) disse que era possível que as famílias já comemorassem o Natal no novo lar e, no máximo, até o final de janeiro deste ano, o local estaria totalmente habitado. Mas até agora, o movimento no condomínio é apenas o do mato crescendo e de alguns homens trabalhando. Enquanto isso, os futuros moradores de baixa renda refazem o orçamento mensal para continuar pagando o aluguel.

Monica Santos, de 30 anos, mora com o marido e os filhos, de 10 anos e 11 meses. Desempregada, a única renda do lar é a do esposo, que recebe seguro-desemprego e realiza “bicos” para manter as despesas básicas.

“No mês que vem termina o benefício dele e nós não conseguimos um emprego fixo. O aluguel aqui custa R$ 660,00 e não sei de onde vamos tirar dinheiro para pagar. Se já estivesse morando no Manacá, a preocupação com moradia e alimentação seriam menor”, conta.


“A gente pensou que estava tão perto do sonho, mas agora ele não tem prazo. É isso que nos fala a Prefeitura”, diz Roselania. Segundo ela, ainda são necessárias três etapas antes da entrega das chaves.

A primeira é o sorteio dos apartamentos, depois tem um dia em que eles voltam ao condomínio para vistoriar a estrutura das moradias e, por fim, há uma reunião para assinatura do contrato. “Até agora, não nos informaram de nenhum agendamento”, conta.

A Coordenadoria Municipal de Habitação informou que o empreendimento Manacá, na Avenida Kaoru Hiramatsu, está passando por obras para ampliar a capacidade de atendimento do sistema de esgotamento sanitário.

De acordo com a Pasta, as obras são executadas pela construtora responsável e os trabalhos devem se estender por alguns meses porque foram entregues 420 apartamentos na mesma rua e não existe mais capacidade na rede de esgoto, por isso ainda não há data para a entrega do residencial.

A Administração Municipal ressaltou que a prioridade, ao fazer a entrega de um empreendimento do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’, é garantir qualidade de vida às famílias contempladas.

“Por isso, todos os residenciais foram e são construídos com infraestrutura completa, tanto na parte interna quanto no entorno, com obras custeadas pela Administração nas áreas de saneamento, pavimentação e também edificação de equipamentos para atendimento essencial à população, como creches e escolas”, complementa.

A beneficiária Monica Santos esteve no local nos últimos dias e não viu movimentação de obras no local. A reportagem de O Diário foi ao condomínio nesta terça-feira (31) e encontrou alguns homens trabalhando.